Num dia de chuva
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.
Fernando Pessoa
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Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.
Fernando Pessoa
Levantámo-nos bem cedo para assistir ao nascer do sol
Fomos em grupos de dois num barco, para percorrermos durante algumas horas toda a actividade que se registava no rio.
E a viagem começou.
Por lá tudo se compra e se vende.
E até se come
A azáfama é constante e quer homens quer mulheres se esforçam para cumprir da melhor forma tudo o que contribuísse para ganharem o máximo.
Tudo gente simpática!
Havia quem lançasse a rede e tentasse a sua sorte.
Nas margens do rio a vida continuava:
E eu continuei a navegar, deliciando-me com as paisagens e a vida nesta autêntica cidade flutuante
Recentemente na minha visita ao Vietnam e mesmo no centro de Hanói há uma linha de caminho de ferro, onde o comboio passa apenas uma vez por dia, mais precisamente às 12 horas.
Enquanto ele não não passa, registam-se momentos, os habitantes continuam a fazer a sua vida normal e eu fiquei por ali a registar algumas imagens que gostei.
As esfregonas são colocadas a secar mesmo no centro da linha.
Um dos habitantes depena uma galinha, indiferente ao movimento dos turistas.
Os turistas veraneiam por ali à espera que o comboio passe.
Mesmo no meio à mesas para se poder tomar um chazinho, tirar uma foto, ou simplesmente posar para mais uma foto.
E há quem não resista a registar o momento em que passa uma bonita vendedora.
Ao meio dia em ponto o comboio passou, os turistas partiram, mas a vida continuou por ali.
Uma grande amiga minha, que está no estrangeiro, disse-me que me ia enviar um postal de Natal, pensei que era um postalinho normal, daqueles que têm o presépio ou uma árvore de Natal. Qual não foi o meu espanto quando recebi uma carta que passo a transcrever:
Querida amiga
Quando me falou daquela doença em que esquecemos as coisas, fez-me pensar muito, por isso vou escrever-lhe uma carta que se chama:
ANTES QUE ME ESQUEÇA
Há coisas pequenas que não posso esquecer e que quero agradecer, caso no futuro não o possa fazer de uma maneira lúcida.
Antes que me esqueça agradeço o bife de porco em vez de ovos estrelados com salsichas.
Antes que me esqueça, obrigada pela blusinha amarela que tanto gostei.
Antes que me esqueça obrigada por me emprestar roupa para vestir.
Antes que me esqueça, obrigada pelo primeiro baton
Antes que me esqueça, obrigada pelo primeiro perfume.
Antes que me esqueça , obrigada por me levar pela primeira vez a uma discoteca.
Antes que me esqueça, obrigada por aquele croissant de chocolate.
Antes que me esqueça, obrigada por me ouvir quando precisei.
Antes queme esqueça, obrigada pelo segredo que guardou e por aquele que me confiou.
Antes que me esqueça, obrigada por chorar comigo.
Antes que me esqueça, obrigada pelas gargalhadas que demos juntas.
Antes que me esqueça, obrigada pelos momentos no Opel branco a ouvir o Oceano Pacífico.
Antes que me esqueça, obrigada pelo passeio até ao mar depois de um dia de trabalho.
Antes que me esqueça, obrigada por me ter feito sentir alguém muito especial.
Antes que me esqueça, obrigada quando me defendeu das injustiças.
Antes que me esqueça, obrigada por tantos momentos que passámos durante estes anos com muitos obstáculos e trambolhões.
Antes que me esqueça e seja tarde demais, não se esqueça que gosto muito de si.
Desejo-lhe um Feliz Natal e um 2018 maravilhoso e que todos os seus sonhos se tornem realidade. Muita paz, saúde e amor.
Querida amiga, até breve.
Lavada em lágrimas li e reli esta carta e pensei que quando tudo parece descambar, a vida surpreende-nos e mostra-nos, que nem tudo está perdido e agradeço estas dádivas que enchem a minha alma de uma infinita paz.
Fala a música por mim num canto de esperança e sonhos.
Fazer um safari é qualquer coisa de emocionante e uma constante surpresa que me fez apreciar o que de melhor há na natureza.
Cada quarto era uma casa que faziam parte do hotel, tudo primorosamente mobilado e com a apresentação que logo me cativou.
Pelo caminho íamos apreciando os animais e aves que surgiam a cada passo.
Não, não é um simples monte de terra, é, imaginem, um ninho de formigas.
De vez em quando éramos surpreendidos com bebidas frescas e aperitivos fornecidos pelo hotel.
Quando terminava o dia ficava sentada aqui a ouvir os sons da natureza. Que paz!
HORA
Sinto que hoje novamente embarco Para as grandes aventuras, Passam no ar palavras obscuras E o meu desejo canta --- por isso marco Nos meus sentidos a imagem desta hora. Sonoro e profundo Aquele mundo Que eu sonhara e perdera Espera O peso dos meus gestos. E dormem mil gestos nos meus dedos. Desligadas dos círculos funestos Das mentiras alheias, Finalmente solitárias, As minhas mãos estão cheias De expectativa e de segredos Como os negros arvoredos Que baloiçam na noite murmurando. Ao longe por mim oiço chamando A voz das coisas que eu sei amar. E de novo caminho para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Faço parte de um grupo de senhoras que fazem voluntariado.
No dia Dia da Mulher fomos todas almoçar.
Para nossa surpresa a meio do almoço apareceu este feioso a cantar, tudo músicas bem românticas, como convinha para celebrar esta data. A meio deu uma rosa vermelha a cada uma ( acho que não me lembro de me terem dado seja o que for neste dia).
Uma das músicas que ouvi fez com que recordasse uma paixoneta de adolescente e deixo-a aqui.
Digam lá que não é linda!
É sempre com enorme tristeza que vemos alguém partir
A Teresa deixou-nos, uma amiga da blogosfera que tive o prazer de conhecer.
Mais uma estrela que brilhará no céu
Hoje os meus olhos estão marejados de lágrimas e o meu coração desfeito, recuso-me a despedir-me e prefiro dizer :
até já querida amiga.